quinta-feira, novembro 23, 2006

Imaginário - Actividade de Natal '06 @ Amarante

E já temos Imaginário!!
Este resulta da combinação dos dois imaginários propostos pelas Equipas, dada a dificuldade que houve em escolher um dos textos e visto que ambas se esforçaram para conseguir um bom trabalho!
Aqui fica a "combinação explosiva", que me parece ter ficado bastante bem :D


“Ao Encontro do Principezinho...no Mundo das Pessoas Grandes”

(...)
Como se encontrava na zona dos asteróides 325 e 329, começou por ir visitá-los.
Queria arranjar uma ocupação e instruir-se.

No primeiro planeta vivia um vaidoso.
- Ah! Ah! Cá temos um admirador! – exclamou o vaidoso, porque, para os vaidosos, todos os outros homens são admiradores.
- Olá, bom dia! – disse o principezinho, e perguntou – Quem vive aqui?
Mas o vaidoso não o ouviu porque os vaidosos só ouvem os elogios.
- Admiras-me mesmo muito? – perguntou o vaidoso ao principezinho.
O principezinho não respondeu...
- Admirar significa reconhecer que sou o homem mais bonito, mais bem vestido, mais rico e inteligente de todo o planeta. Faz-me esse gosto: admira-me!
- Mas tu estás sozinho aqui! – disse o principezinho e..foi-se embora a pensar “Não há dúvida de que as pessoas grandes são mesmo bastante esquisitas”

O segundo planeta era um planeta dez vezes maior.
Vivia lá um senhor de idade que escrevia uns livros enormes.
- O que é que o senhor está aqui a fazer? – perguntou o principezinho.
- Sou géografo, sei onde ficam os mares, os rios, as cidades, as montanhas e os desertos.
- Que profissão interessante! – disse o principezinho e perguntou – O que há neste planeta?
- Não faço ideia, não sou explorador!
- Então o que me aconselha a visitar? – perguntou o principezinho ainda um pouco surpreendido.
- A Terra é um planeta com boa reputação.
E o principezinho partiu.

Ao chegar à Terra, o principezinho percebeu que este não era um planeta como os outros. Tem cento e onze reis, sete mil geógrafos, novecentos mil homens de negócios, trezentos e onze milhões de vaidosos, ou seja, aproximadamente, dois biliões de pessoas grandes com as quais poderia aprender dois biliões de coisas diferentes.

Na sua estadia na Terra, e através do contacto com várias pessoas e animais, o principezinho aprendeu que também se está sozinho ao pé dos homens, que os homens são “empurrados pelo vento”, que não têm raízes e isso lhes faz muita falta, que os homens têm falta de imaginação e só sabem repetir aquilo que se lhes diz, que toda a gente se esqueceu do que é estar ligado a alguém, que só somos capazes de conhecer aquilo a que estamos ligados, que os homens compram tudo feito e por isso não têm amigos, porque não há vendedores de amigos; que nunca se está bem onde se está, que os homens não sabem o que procuram..só as crianças!; que os homens nunca têm tempo e que o essencial é invisivel para os olhos e só se vê com o coração.

Mas, numa casa, no alto de uma montanha com muita nebulosidade, o principezinho descobriu um senhor bondoso, de cabelos grisalhos e encaracolados.
Ele tinha olhos verdes, pele clara, rosto com traços delicados e expressivos. A morada simples era “decorada” pela generosidade dessa doce criatura. A vivenda era toda pintada na cor ocre, as suas janelas eram feitas de madeira, em formato de pequenos corações entrelaçados. Os quartos eram pequenos e cheios de lembranças dum passado esplendoroso.

Aquele senhor era um colhedor de trigo e o cultivo da planta era intenso na região.
No meio de tanto cereal, as inúmeras flores, que cercavam a casa, todas elas com as suas cores vivas, deixavam a paisagem do topo da montanha ainda mais bela.
Durante toda a sua vida, ele havia passado a maior parte do tempo entre as colheitas e com as flores, os livros e as recordações...Ele tinha também a preocupação em oferecer no Natal, pequenos presentes às crianças da comunidade, mas durante esse ano não tinha a quantia suficiente para a compra dos mimos, assim, andava muito pensativo...pensava em como poderia oferecer algo às crianças, que tanto alegravam a sua vida, especialmente na Noite de Natal, na qual a comunidade se agrupava e compartilhava a alegria de estarem todos juntos para celebrarem uma noite tão esperada e especial.

Os dias foram passando e, numa bela manhã, ele foi ao trigal, e recolheu todos os ramos mais verdes que lá haviam. Ficou horas a fazer essa colheita. E assim, construiu uma árvore gigante, criou uma verdadeira escultura, usando os recursos naturais. Trigo, folhas, flores, constituíram uma obra-de-arte, elaborada com simplicidade e criatividade.
Aquele bondoso homem colocou bilhetinhos por toda a árvore, e nesses pedacinhos de papel escreveu mensagens para as crianças, palavras de amor, de encorajamento, de paz...de sentimentos que só os nossos corações podem sentir. Deixou a gigantesca árvore guardada para a Noite de Natal.

Na ocasião tão esperada, quando ele abriu a porta do local onde ela estava escondida, teve a sensação de estar a sonhar...Em cada pedaço da sua criação artística, havia caixas de presentes, com anjos feitos de chocolate, iluminados por luzes multicoloridas...As crianças, quando chegaram, entraram naquele lugar e deram sorrisos emocionados, pela beleza do momento. E assim, todos ficaram iluminados por essa alegria contagiante do amor, transformado em pura realidade.O amor, o mais gracioso de todos os bens...O maior presente dado aos seres humanos, nessa Noite Mágica.

Durante a sua viagem ao “Mundo das pessoas grandes, o principezinho percebeu que ninguém escapa ao sonho de voar, de ultrapassar os limites do espaço onde nasceu, de ver novos lugares e novas pessoas.
Mas saber ver em cada coisa, em cada pessoa, aquilo que a define como especial, como um objecto singular, um amigo..é fundamental! Percebeu, finalmente, a vantagem de conhecer vários planetas (várias pessoas, vários feitios, várias qualidades e defeitos...).
Navegar é preciso, reconhecer o valor das coisas e das pessoas, é mais preciso ainda!


p.S.:Se houver propostas para o título... :)


Cumprimentos com a esquerda*
Aranis Silva
Equipa Zebra

3 comentários:

Anónimo disse...

Estou a gostar!!!...principal/ do espírito de união e cumplici// das recém formadas equipas Zebra e Pantera.
Parabéns aos elementos que assumem os seus compromissos e que fazem tudo para estar presentes e serem elementos transformadores. Força! Continuem com essa garra! Quanto aos outros?! Continuamos à v/ espera… apareçam e deixem-se “contagiar”….
Isabel

Anónimo disse...

sei k n vou ser mt original mas pra titulo eu arriscava: "O Principezinho"=d
lool
ta giro o imaginarium parabens as 2 ekipas=)

Anónimo disse...

Não sei como não tinha pensado nesse título LOL :X